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quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Presença do Exército não acabou com a sensação de insegurança no ES

Manifestantes contrários ao movimento dos militares brigaram com as mulheres de policiais em frente ao Quartel do Comando-Geral da PM. Agente é morto por bandidos durante o serviço

A sensação de insegurança continua no Espírito Santo, com a paralisação de serviços públicos. Escolas, postos de saúde, supermercados e empresas permanecem de portas fechadas. Apesar de alguns ônibus terem voltado a circular, a população segue com medo de sair de casa. Ao longo do dia de ontem, ocorreram trocas de tiros em Vila Velha e saques em Vitória. Houve também um caso de um policial civil assassinado ao tentar evitar um assalto.  


 Soldados do Exército revistam pessoas após a onda de violência que tomou conta de Vitória: apesar do reforço, patrulhamento segue precário no estado Pode até parecer, mas, não é exagero. Apenas as Forças Armadas entram na guerra para vencer e sempre atentas para que as baixas sejam do inimigo

O policial civil foi morto ao tentar impedir um ataque a um motociclista na BR-259, altura de Colatina. Segundo informações do Sindicato dos Policiais Civis (Sindipol), o agente estava com um colega quando percebeu o assalto. Ao verem os dois policiais, os criminosos atiraram contra eles e balearam o policial Mário Marcelo de Albuquerque, da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa da Polícia Civil. O agente morreu ao dar entrada no hospital.

As cidades capixabas estão sem a PM nas ruas por conta de um protesto de familiares dos militares, que bloqueiam as entradas e saídas dos quartéis. Ontem à tarde, houve um conflito em frente ao Quartel do Comando-Geral da PM capixaba. Agentes do Exército que foram reforçar o policiamento nas ruas da Grande Vitória precisaram atuar para acabar com a briga entre manifestantes contrários ao movimento e mulheres de PMs.

Os casos de homicídios também seguem em alta na capital do estado. Segundo o Sindipol, o número de mortos desde sexta-feira já passa de 70 — durante o mês de janeiro, foram quatro casos. A aposentada Maria da Conceição Lisboa, de 76 anos, afirma que está presa em casa, com a família, e quem tenta sair se depara com a violência. “Estamos sem poder sair de casa desde a sexta-feira à noite, quando os protestos começaram na frente do quartel. Meus filhos estão sem ir ao trabalho. O meu vizinho foi buscar o filho no terminal de ônibus. Chegando lá, ele foi abordado por criminosos e se assustou. Ao demonstrar espanto por conta da situação, ele foi alvejado por criminosos e morreu antes de sair do terminal”, conta Maria.

Além de pelotões com mil militares das Forças Armadas, ao menos 200 homens da Força Nacional seguiram para Vitória. De acordo com o Ministério da Defesa, a previsão é que eles fiquem no estado até quinta-feira da semana que vem.  Em Vila Velha, criminosos trocaram tiros no meio da rua, durante o dia. O Espírito Santo ainda registra casos de vandalismo, saques a supermercados e veículos incendiados tanto na capital quanto no interior. O Ministro da Defesa, Raul Jungmann, afirma que o contingente enviado ao estado vai depender da necessidade.

Críticas 
A professora Tânia Montoro, do Núcleo de Estudos de Violência da Universidade de Brasília, destaca que o movimento dos policiais escancara a falta de segurança. “Os criminosos estavam lá, em meio à sociedade, mesmo com os policiais trabalhando. Com o aquartelamento dos militares, eles encontraram espaço para cometer crimes. Mas isso demonstra que as forças de segurança não estão sabendo resolver o problema da violência. O policial fez um juramento, assim como fazem os médicos, professores. Eles não podem deixar a população desprotegida”, afirma Tânia.

A especialista alerta que as falhas não ocorrem apenas no policiamento, mas, sim, em setores responsáveis pela punição e controle dos agentes do Estado. “A violência não é só uma questão de polícia. A impunidade da lei em nosso país favorece a violência. No Canadá, existe a prevenção do crime. Alguém que roubou três vezes não está mais na rua. No Brasil, a própria seleção dos agentes da lei ocorre de forma errada. Uma prova não é capaz de avaliar quem tem aptidão para o cargo. Sem entrar no mérito do salário dos policiais, não é correto deixar a população à própria sorte. Quem não está satisfeito com o cargo no qual foi aprovado em concurso, que saia”, completa a especialista.

As primeiras prisões
Duas mulheres foram presas após tentarem assaltar um taxista na tarde de ontem, na região central de Vitória. O policiamento é precário na capital capixaba desde o sábado, início da paralisação da Polícia Militar. As duas se passaram por passageiras, embarcaram no banco traseiro do veículo, colocaram uma faca no pescoço do motorista e anunciaram o assalto. Dois policiais militares à paisana, que afirmaram estar de folga, viram a cena e renderam as assaltantes.

Fonte: Correio Braziliense

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