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quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Inclusão de Marisa Letícia em denúncia do MPF irrita Lula – vale o ditado: mulher de bandido, bandida é - Lava Jato vai levar a Moro primeiras denúncias contra Lula



O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu as primeiras notícias sobre a denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal nesta quarta-feira, 14, durante o almoço em um hotel na zona sul de São Paulo. Segundo pessoas que compartilharam a mesa, Lula ficou indignado com a inclusão da ex-primeira-dama Marisa Letícia na acusação, mas reagiu com naturalidade em relação ao seu próprio nome. Para aliados, a denúncia faz parte de uma perseguição cujo objetivo é impedir Lula de disputar a eleição de 2018.  “Eles (adversários do PT) foram derrotados quatro vezes (em eleições presidenciais). Como não querem sofrer uma nova derrota tentam barrar a candidatura do ex-presidente Lula”, disse o presidente nacional do PT, Rui Falcão. 

O ex-presidente participou de uma reunião do Conselho da Presidência do PT, formado por dirigentes, parlamentares e governadores petistas além de intelectuais sem vínculo formal com o partido. Ao final da reunião, quando se preparava para almoçar, um assessor mostrou, na tela do celular, as primeiras notícias sobre a denúncia do MPF referente ao apartamento tríplex no Guarujá. 

Nas redes sociais, Lula se comparou ao ex-presidente Juscelino Kubitschek. “Curiosidade histórica: JK foi acusado de ser dono de imóvel em nome de amigo.”  Antes mesmo de a denúncia ser noticiada, a ofensiva da Lava Jato em direção ao ex-presidente foi tema de algumas das falas dos participantes da reunião. “Venho dizendo desde o começo. Seria o cúmulo da ingenuidade supor que iriam fazer este carnaval que fizeram para depois deixar o Lula ganhar a eleição em 2018”, disse o escritor Fernando Morais, integrante do conselho.
Para a maioria dos participantes da reunião, a denúncia já era esperada. “Lula está tranquilo e triste como todos nós. Não é surpresa nenhuma. O objetivo do golpe não é só tirar a Dilma, é também o Lula”, disse o escritor Eric Nepomuceno.  O governador do Piauí, Wellington Dias (PT), defendeu a inocência do ex-presidente. “Não é a primeira vez que tem ações da Justiça contra o ex-presidente. Lula deve ser o brasileiro mais investigado da história”, afirmou. 

O PT e o Instituto Lula aguardavam o fim da entrevista dos procuradores da Lava Jato para se posicionarem oficialmente.
Os procuradores acusarão Lula de ser o verdadeiro dono do tríplex que estava em reforma – a defesa do petista nega taxativamente
O Ministério Público Federal (MPF) apresentará denúncia contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por corrupção e lavagem de dinheiro na reforma do tríplex do Condomínio Solaris, no Guarujá, litoral paulista. O petista é alvo de três investigações centrais na Operação Lava Jato, em Curitiba – sede do escândalo de cartel e corrupção na Petrobras. O presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, também será acusado criminalmente.

Lula teria recebido “benesses” da empreiteira OAS – uma das líderes do cartel que pagava propinas na Petrobras – em obras de reforma no apartamento 164-A do Edifício Solaris. O prédio foi construído pela Bancoop (cooperativa habitacional do sindicato dos bancários), que teve como presidente o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto – preso desde abril de 2015. O imóvel foi adquirido pela OAS e recebeu benfeitorias da empreiteira.  Os procuradores da Lava Jato acusarão na Justiça Lula de ser o verdadeiro dono do tríplex que estava em reforma – a defesa do petista nega taxativamente. No último mês, a Polícia Federal indiciou Lula, a ex-primeira dama Marisa Letícia, o ex-presidente da OAS José Aldemário Pinheiro, o Léo Pinheiro, e um engenheiro da empreiteira que participou da reforma do imóvel. No indiciamento, o delegado Márcio Adriano Anselmo, afirmou que “[Lula] recebeu vantagem indevida por parte de José Aldemário Pinheiro e Paulo Gordilho, presidente e engenheiro da OAS, consistente na realização de reformas no apartamento 174”. O imóvel recebeu obras avaliadas em 777.000 reais, móveis no total de 320.000 reais e eletrodomésticos no valor de 19.000 reaistotalizando 1,1 milhão de reais.

Processos – Lula foi alvo de condução coercitiva, no dia 4 de março, quando foi deflagrada a 24ª fase da Lava Jato, batizada de Operação Aletheia. Na ocasião ele negou conhecer o engenheiro da OAS Paulo Gordilho, que teria participado da reforma da cozinha do tríplex e de outra propriedade que investigadores atribuem a Lula, o sítio de Atibaia (SP). Investigadores da força-tarefa, em Curitiba, reuniram elementos para apontar a participação de Lula no esquema de cartel e corrupção que vigorou de 2004 a 2014, na Petrobras – e teria sido espelhado em outras áreas do governo, como contratos do setor de energia, concessões de aeroportos e rodovias.

Com base em uma sistemático padrão de corrupção como “regra do jogo”, empreiteiras, em conluio com agentes públicos e políticos da base, PT, PMDB e PP, em especial, desviavam de 1% a 3% em contratos das estatais. Um rombo de pelo menos 6,2 bilhões de reais só na Petrobras. Lula teria recebido “benesses” das empreiteiras do cartel, como Odebrecht, OAS e outras. Executivos das duas empresas  negociam desde o início do ano acordos de delação premiada com o MPF – a da OAS foi encerrada pela Procuradoria Geral da República (PGR).

Nas mensagens encontradas nos celulares apreendidos do ex-presidente da OAS e do engenheiro do grupo há elementos, para a PF, de que o casal Lula orientou as reformas no apartamento do Guarujá. Os pagamentos da OAS também devem gerar outra denúncia sobre o custeio do armazenamento de bens do ex-presidente pela empresa Granero. Desde 2011, quando ele deixou a Presidência, a empreiteira teria pago cerca de 1,3 milhão de reais pela guarda do material.

Outro inquérito, em fase final, investiga a compra e reformas no sítio Santa Bárbara, em Atibaia, interior de São Paulo. O imóvel, para a Lava Jato, pertence a Lula e recebeu obras da OAS e da Odebrecht. O ex-presidente nega ser o proprietário do sítio. O terceiro inquérito da PF vasculha pagamentos e doações à LILS Palestras e Eventos e ao Instituto Lula. A PF suspeita que a LILS e o Instituto receberam valores de empreiteiras contratadas durante os dois mandatos de Lula (2003/2010).

Fonte: Estadão Conteúdo

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